Em meio à poderosa avenida Paulista, um espaço imenso se abre entre os arranha-céus; ao fundo, um restaurante com ares nova-iorquinos. Faz tempo que não passeio por São Paulo. A cidade continua me seduzindo com sua energia. O restaurante charmoso é o Spot. Convidada para almoçar, escolho penne com melão e presunto cru, preparado com creme de leite, manteiga e suco de limão. Delicioso.
À noite, vamos jantar no restaurante Due Cuochi, no Itaim. Um lugar elegante, cardápio pleno de sugestões, vinho delicioso. Atiçada pela descrição, provo o "ravioli negro recheado de camarão e chutney de manga ao leve creme de curry". Ufa! Uma combinação interessante, um visual diferente.
Como sobremesa, petit gateau de limão siciliano com sorvete de baunilha. Divino.
A viagem gastronômica prossegue. Noutro dia, um almoço descontraído, num bistrozinho que aparece de repente e nos surpreende. Na decadente rua Augusta uma espécie de aléia reune algumas lojas ligadas à gastronomia, uma pequena livraria especializada e, ao fundo, o Bistrot de Paris. Crêpes leves, um vinho branco e é tudo.
O cosmopolitismo paulistano faz mais sentido quando misturado ao sabor brasileiro. Dos muitos restaurantes que oferecem sabores da terra fui conhecer um com cara de interior: o Jacarandá. Numa rua de Pinheiros, uma casa antiga e despretensiosa nos fundos de um terreno. À entrada, um pequeno armazém vende produtos regionais, de Minas, do Sul, do Nordeste. Rodeando um imenso jacarandá, ou melhor, construído em torno dele, está o restaurante, charmoso e simples ao mesmo tempo. A árvore fica protegida por vidraças de tal modo que, à mesa, se pode apreciar todo seu verde. Num encontro de amigas, acabamos todas escolhendo o mesmo prato, um risoto cítrico com lulas. As conversas se alongam...
São Paulo tem disso tudo. Misturas de ritmos e estilos, de jeitos, linguas, sotaques, de temperos e de perfumes. Às vezes é sofisticada, em outros momentos, caipira. Gosto muito.