segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Pescados na parrilla

Nos cafés das esquinas tudo parece igual. Os velhos portenhos continuam lendo o jornal do dia diante de sua xícara de café quente e forte mais leite ou creme e um prato de media lunas ao lado. Sob muitos aspectos Buenos Aires continua a mesma. O ar europeu marcado pela arquitetura pesada e nobre dos edifícios ainda está lá, é claro; também se reconhece a altivez dos homens e das mulheres e o tango continua sendo dançado na praça da Recoleta e nas ruas de San Telmo para encantar os turistas. A peregrinação diante do túmulo de Evita permanece inalterada e se renova a cada dia. 

Buenos Aires sempre foi e continua sendo atraente para nós, brasileiros, especialmente para os daqui do sul. A proximidade geográfica e cultural facilita o trânsito. São muitas as referências que nos unem, uma porção de hábitos e expressões partilhadas, um parentesco nos trajes, na música, na gastronomia. Afinal somos todos gaúchos (ou gáuchos, como por lá se pronuncia).

É verdade que a cidade já conheceu dias melhores, mas continua charmosa. E, entre seus pontos de atração, costuma-se apontar os bons restaurantes, onde a carne usa ser a grande pedida (sem esquecer o bom vinho, por supuesto). A tradicional parrillada, quer dizer, o churrasco feito numa grelha (a parrilla) sobre brasas é um must argentino. Sem dúvida a qualidade da carne e a forma de preparo são especiais. Mas nem só de carne vivem os argentinos: massas, lasanhas e pizzas estão por todo lado,  e também empanadas e cozidos, peixes e frutos do mar.

E foi numa dessas visitas a Buenos Aires que acabamos provando pescados à parrilla. Foi num restaurante espanhol chamado Jose Luiz, no bairro da Recoleta. Um lugar acolhedor, um pouco afastado da zona mais fortemente turística. A ideia inicial era provar a paella, mas pareceu interessante experimentar os pescados na parrilla. O prato chegou generoso, combinando cinco peixes: corvina, salmão rosado, salmão branco (que eu não conhecia), badejo e ainda mero ou merluza (não tenho certeza do nome do peixe), mais camarões gigantes (langostins) e ostras. Para acompanhar o garçon sugeriu batatas cozidas sobre as quais ele espalhou, já à mesa, um tanto de páprica picante e páprica dulce. Acompanhamos com um vinho Tapiz malbec. Pareceu dificil, impossível mesmo, dar conta de tudo.


A propósito: vim a descobrir agora, pelo Google, que esse é considerado um dos bons restaurantes de pescado da cidade (está entre os oito melhores). E, devo acrescentar, seus preços são bem razoáveis. Vale experimentar.

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