Domingo, feriado, visita de quem mora fora... o motivo pouco importa. Temos um "baita" churrasqueiro na família. Qualquer pretexto é pretexto para reunir o grupo. E churrasco, segundo a tradição do Rio Grande, deve ser preparado pelos homens. Posso ter toda a conviccção do mundo contra divisões/restrições de sexo/gênero mas, nesse caso específico, por puro comodismo (e reconhecimento das indiscutíveis qualidades do cozinheiro em questão) me rendo. Nada faço senão ajudar no arranjo da mesa, às vezes no preparo das saladas e, eventualmente, das sobremesas.
Pra começo de conversa, ou melhor, como entrada, vêm os "belisquetes": a coxinha da asa e o coraçãozinho de galinha que as crianças adoram mas eu não como, a linguicinha já cortada, oferecida na tábua com um bocado de farinha. Todos (ou quase todos) ainda estão em pé, circulando entre a mesa e a churrasqueira, bebericando uma caipirinha (menos frequente do que seria desejável), ou já partindo para a cerveja, o vinho e os refrigerantes. As mães dos pequenos empenham-se em faze-los sentar e dedicam-se a servi-los com atenção (às vezes reforçam seus pratos com feijão e arroz).
As saladas são colocadas na mesa e o churrasqueiro adverte: "já podem ir sentando, está ficando pronto" e, para quem gosta de mal passado (outra de nossas tradições) não dá para ficar se "amarrando". Muitos se jogam no pão temperado que sai quentinho do espeto. Saladas verdes, de tomates e de batatas são repartidas. Costuma ser essa a regra, mas não foi assim no nosso último encontro. Estreou-se uma salada nova, feita de lãminas de abobrinhas cruas mais mozzarela de búfala e temperada com limão e manjericão. Super saudável, uma delícia!
Para quem "precisava" de um reforço de carboidrato, foram colocadas na grelha batatas (pré-cozidas) para as quais se providenciou um generoso molho de gorgonzola.
Bem, então, chega o grande momento das carnes: usualmente vazio (fraldinha), picanha, às vezes lombinho, mas neste dia paleta de cordeiro e maminha de angus.
Tudo é consumido com muito prazer, grande dose de alvoroço, um toque de bagunça e, é claro, recheado de elogios ao churrasqueiro (indispensável para que o ritual se repita)
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