terça-feira, 15 de maio de 2012

Cucina & Co.

Muitas vezes voltar a um lugar que nos encantou resulta em decepção. O encanto costuma estar ligado, entre outras coisas, à surpresa, à novidade, à graça de uma descoberta.  Por outro lado, como não retornar às cidades e aos recantos de que gostamos? A sensação não será idêntica, é claro, quando menos não seja por que nós mudamos e, seguramente, o lugar também. Mas a experiência ainda pode ser prazerosa. Então, seja como for, voltamos.

Um restaurante simples e gracioso tinha se tornado um dos meus favoritos nas viagens que fiz, nos anos 1990, à Nova York. Era o Cucina & Co., localizado no edifício MetLife (anos atrás conhecido como PanAm building). Descobri por acaso, quando visitava a Grand Central Terminal, uma das "atrações" da cidade, tanto pela beleza de sua construção (de 1903) quanto pela imensa rede de trens e metrô que concentra. Escadas rolantes fazem a ligação entre os dois prédios (a Grand Central e o MetLife). Foi nessa travessia que encontrei o pequeno restaurante: aconchegante, com poucas mesas, comida boa e preços acessíveis. Do salão avista-se a cozinha e é possível acompanhar o preparo dos pratos. À noite, suas mesinhas são iluminadas por velas e, entre as ofertas do cardápio, há alguns pratos principais propostos para serem compartilhados por duas pessoas. Por todas essas características, acabei comendo muitas vezes no Cucina tanto que, entre meus "guardados" de viagem, encontrei um menu de 1992.

Ao voltar agora, depois de mais de onze anos, desejei rever o lugar. Há duas possibilidades de chegar até ali, mas como sempre, escolhi a passagem pela Grand Central. Após atravessar a massa de gente apressada que, diferente de nós, turistas, "sabe" exatamente para onde está se dirigindo e que, por isso mesmo, costuma ter pouca paciência com nossas eventuais paradas e indecisões, entrar no restaurante representa encontrar uma "ilhazinha" de sossego. Não que o lugar seja completamente silencioso (há uma música de fundo que, por mim, seria dispensável), mas de qualquer modo, as pessoas que ocupam as poucas mesas conversam em voz baixa e parecem aproveitar com calma sua refeição. A decoração despojada também ajuda a exorcizar o agito.

É verdade que o restaurante fecha cedo (21 horas), já que está aberto desde às 7 horas da manha para o breakfast. Mas sua oferta de saladas, sopas, massas, frutos do mar, sanduíches, sobremesas, café e bebidas se mantém honesta e muito bem apresentada. O pão e a manteiga que abrem a refeição são impecáveis. E os preços continuam significativamente mais baixos do que os praticados no Brasil (em restaurantes mais ou menos semelhantes a esse). Ainda se encontram as ofertas de pratos compartilhados para o jantar. Claro que o preço mudou: em 1992, o "dinner for two" (incluindo sobremesa) ia de U$ 16,95 a U$ 19,95; hoje custa U$ 17,95 por pessoa. No meu reencontro com o Cucina, minha escolha foi um simples risoto de camarões, com tomates e parmesão e minha irmã preferiu o salmão grelhado com espinafre. Ambos deliciosos. Para acompanhar um copo de vinho branco. Então, valeu!


3 comentários:

  1. Por favor, mas eu quero ir prá NYC contigo! Não queres organizar um petit comité? Bah, divertido será!

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  2. Eu adoraria curtir a cidade contigo! E tenho histórias pra contar da Broadway também (afinal nem só de comida vive o homem -- e a mulher, é claro!)

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  3. On en off. Brunches, baguels com cream cheese! Acho que uma segunda inesquecível refeição rápida foi a descoberta dos bagels ou baguels, transbordantes.

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