Outro dia eu estava no supermercado e, quando fui pegar uma caixa de cogumelos na prateleira dos vegetais, uma senhora me perguntou o que eu fazia com eles. Fiquei um pouco surpresa, afinal estava num dos mais completos supermercados da cidade e a mulher parecia uma habituée do lugar. Comecei a dizer, então, que dava para preparar muitas coisas, que eu gostava de ter em casa para poder usar num molho ou num risoto e... Ela me olhou interessada e disse que não comprava porque simplesmente não tinha ideia do que fazer com eles. "Na verdade", acrescentou, rindo, "só penso em strogonoff quando vejo cogumelos".
Não chega a ser uma novidade. Para muitas pessoas o cogumelo (champignon) ainda está ligado (e só está ligado) ao strogonoff, o prato que lá pelos anos 1970 virou um must das festas de casamento e de outras tantas festas pelo país afora. Sem desprezar o estrogonofe (abrasileirando o termo) que pode ter o seu lugar e momento, há que reconhecer que muitas vezes (na verdade acho que sempre) se usava, então, cogumelos em conserva (uma laminazinha salgada e meio avinagrada que praticamente em nada lembra os cogumelos naturais).
De uns tempos pra cá, no entanto, os mercados passaram a oferecer cogumelos naturais, com maior ou menor diversidade de tipos, dependendo do lugar. Fiquei sabendo que no Brasil há cerca de 17 tipos de cogumelos comestíveis! Repito a informação tal como recebi mas, na verdade, o leque de variedades que encontro usualmente por aqui não vai além dos cogumelos paris, portobelo, shitake, shimeji e dos funghi secchi. O que já é, de qualquer forma, um grande avanço em relação a algum tempo atrás e isso vem acompanhado (ou é provocado) pela divulgação das boas qualidades do alimento (saudável, de grande valor nutricional e poucas calorias, auxiliar no combate a doenças degenerativas, etc. etc.).
É fascinante ver a exposição de variedades em alguns mercados mais sofisticados, como esses que fotografei em viagem
Fui sendo conquistada aos poucos pelos cogumelos. Primeiro experimentei como antepasto (com azeites, alho e pimenta), depois nos molhos, nos recheios de tortinhas, pastéis, pastelões e nos risotos. Agora gosto de verdade e até acredito, mesmo, que eles podem substituir muito bem um prato de carne. Aqui no blog eles já apareceram em várias refeições: na massa com funghi secchi, na cobertura das bruschettas, na salada com maçãs e nozes, salteados acompanhando o salmão, no risoto, no molho do rosbife. Lembro também de deliciosos e imensos cogumelos feitos na brasa, na churrasqueira, junto com salmão, abobrinhas e abacaxi. A foto é antiga, mas dá para ter uma ideia.
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