segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Na cidade grande

Em meio à poderosa avenida Paulista, um espaço imenso se abre entre os arranha-céus; ao fundo, um restaurante com ares nova-iorquinos.  Faz tempo que não passeio por São Paulo. A cidade continua me seduzindo com sua energia. O restaurante charmoso é o Spot. Convidada para almoçar, escolho penne com melão e presunto cru, preparado com creme de leite, manteiga e suco de limão. Delicioso.


À noite, vamos jantar no restaurante Due Cuochi, no Itaim. Um lugar elegante, cardápio pleno de sugestões, vinho delicioso. Atiçada pela descrição, provo o "ravioli negro recheado de camarão e chutney de manga ao leve creme de curry". Ufa! Uma combinação interessante, um visual diferente.


Como sobremesa, petit gateau de limão siciliano com sorvete de baunilha. Divino.

A viagem gastronômica prossegue. Noutro dia, um almoço descontraído, num bistrozinho que aparece de repente e nos surpreende. Na decadente rua Augusta uma espécie de aléia reune algumas lojas ligadas à gastronomia, uma pequena livraria especializada e, ao fundo, o Bistrot de Paris. Crêpes leves, um vinho branco e é tudo. 


O cosmopolitismo paulistano faz mais sentido quando misturado ao sabor brasileiro. Dos muitos restaurantes que oferecem sabores da terra fui conhecer um com cara de interior: o Jacarandá. Numa rua de Pinheiros, uma casa antiga e despretensiosa nos fundos de um terreno. À entrada, um pequeno armazém vende produtos regionais, de Minas, do Sul, do Nordeste. Rodeando um imenso jacarandá, ou melhor, construído em torno dele, está o restaurante, charmoso e simples ao mesmo tempo. A árvore fica protegida por vidraças de tal modo que, à mesa, se pode apreciar todo seu verde. Num encontro de amigas, acabamos todas escolhendo o mesmo prato, um risoto cítrico com lulas. As conversas se alongam...
  
São Paulo tem disso tudo. Misturas de ritmos e estilos, de jeitos, linguas, sotaques, de temperos e de perfumes. Às vezes é sofisticada, em outros momentos, caipira. Gosto muito. 

domingo, 8 de dezembro de 2013

Escapando da garoa


Eu caminhava pela Oscar Freire, a famosa rua das grandes marcas e dos preços inatingíveis. Passeava os olhos pelas vitrines, aproveitando um dia livre antes do trabalho que tinha agendado para a manhã seguinte, bem cedinho. Fazia tanto tempo que eu não visitava São Paulo... 

De repente começou a tradicional garoa (talvez tradicional só nas canções porque, dizem os moradores, agora já não é tão frequente assim). Passava um pouco do meio dia, o que me permitia aproveitar a desculpa do almoço para entrar em algum lugar e escapar da chuvinha fina.

E assim, sem qualquer informação, muito menos qualquer plano, entrei no Oscar Bistrot. Um quadro negro à entrada, à altura da calçada, oferecia um almoço executivo por R$ 45, o que, para aquele endereço, me pareceu razoável. Aceitei o convite. O bistrot propriamente dito fica um tanto escondido da rua, no subsolo ou nos fundos. Senti-me imediatamente acolhida: poucas mesinhas, alguns sofas, decoração charmosa e simples. Paredes ou janelões permitem aproveitar o verde de folhagens e arbustos plantados logo ali, encostados às vidraças. 

Não lembro de música ambiente. Talvez houvesse, mas se havia não atrapalhava as conversas (levadas em tom baixo) ou o mergulho de alguns em seus notebooks e tablets. Ninguém parecia apressado. Pedi um cálice de vinho branco e aguardei os pratos.

De entrada, a garçonete me trouxe um creme aconchegante. Abobrinha, talvez, não lembro mais, Delicioso e inesperado, não constava do cardápio.




Logo em seguida, uma saladinha de massa fria com tomate cereja, mossarela de búfala, azeitona e pesto de rúcula.




Depois o prato principal: Linguado ao papillote com legumes, milho e ervilhas acompanhado de purê com aroma de trufa. 



Para finalizar, havia a possibilidade de escolha entre Tarte Tatin ou Panacota. Escolhi a tarte (esqueci de fotografar!!). Tudo delicioso, delicado, com a classe paulistana.